Ele é o homem mais odiado da história. O apóstolodo que traiu Jesus Cristo. Por séculos, o nome dele foi sinônimo de traição e enganação. Judas Iscariot. Agora, escondido por aproximadamente 2 mil anos, um antigo evangelho emerge das areias do Egito e mostra uma história diferente. Uma história que pode mudar nossas mais profundas crenças.Um documento que desmente a história que Cristo teria sido traído pelas costas. Aqui, o traidor se torna o herói. Além disso, Jesus teria organizado sua própria execução. Agora uma equipe de especialistas está focada em descobrir o que a história diz e se isso realmente aconteceu ou não.
Descoberto por acaso, vendido duas vezes e roubado uma, a corrida é para preservar as páginas antes que virem pó. O documento é uma heresia antiga que deveria permanecer enterrada e por lá permanecido? Ou um acontecimento legítimo que irá mudar o jeito de pensar sobre Jesus Cristo? Agora esse documento será lido pela primeira vez. É o Evangelho de Judas.
Há muitas história sobre o descobrimento desse novo evangelho. Mas a mais provável é a que um fazendeiro, supostamente procurando algum tesouiro, cuidadosamente teria entrado em uma caverna, procurando ouro ou jóias, qualquer coisa de valor. Ao invés disso, ele achou uma caixa de pedra. Dentro, um achado inexperado - um livro com encadernação de couro, chamado de codex. Ele não tinha ideia que ele estava com uma das descobertas bíblicas mais premiadas da história. Um documento declarado como heresia há aproximadamente 1800 anos.
A história diz que houve. Perto do ano 180 D.C., o bispo Irineu, um dos primeiros e mais influentes bispos da Igreja Católica, escreveu um severo ataque contra um livro em circulação na época. Seu título: O Evangelho de Judas.
O documento é um mistério total. Eles ainda não sabem como isso chegou até o Egito - onde foi supostamente descoberto - ou quando foi escrito.
Gnósticos são as pessoas que escreveram a maioria dos escritos de Nag Hammadi. A história deles sobre Cristo é muito mais abstrata e filosófica do que aquelas do novo testamento. Os primeiros padres da Igreja Católica brigam contra os Gnósticos. Eles também pregavam que o corpo é uma prisão o espírito divino. Ou seja, para eles a morte de Jesus foi uma coisa boa. E judas um herói por ajudar a libertar o espírito de Cristo. Mas ideias como essa eram justamente muito chocantes para os primeiros lideres católicos. Eles rejeitavam o Evangelho de Judas, além de 30 outros textos e os mantiveram fora do Novo Testamento. Como os líderes da Igreja decidiram o que manter e o que desprezar? De algum jeito o Evangelho de Judas acabou sendo descartado. O processo levou centenas de anos. Para ajudar a definir a fé sagrada, Irineu escolheu 4 evangelhos dos mais de 30. Especialistas não chegaram a um consenso de como essa escolha foi feita. Mas o bispo não estava apenas escolhendo quais entrariam, mas ele estava atacando alguns. Um de seus alvos? Os autores do Evangelho de Judas.
Diferentemente do novo testamento, o Evangelho de Judas não fala da cena da crucifixação. E acaba apenas com uma traição de Judas. Omitindo a crucifixação, ele lançou uma tensão entre a Igreja Ortodoxa Emergente e os Gnósticos. Quase todos os especialistas acreditam que os 4 evangelhos do novo testamento foram escritos entre os anos 60 e 100 D.C.. Por causa de Irineu, nós sabemos que o Evangelho de Judas existiu em 180 D.C. Mas não temos como saber quando o original foi escrito. Curso avançado ou heresia, o Evangelho de Judas nos força a reconhecer que antigamente não havia apenas um cristianismo, mas vários. O evangelho ilumina as diversidades do cristianismo primitivo e revela que as pessoas sempre viram Deus de diferentes formas. A medida que se torna parte da nossa história, nos faz perguntar: porque acreditamos e no que fazemos?