quinta-feira, 26 de março de 2009

Cresce na Paraíba consumo de drogas entre adolescentes


A dependência química vem afetando, a cada dia, uma faixa etária mais nova da população. A informação é do diretor do Centro de Atenção Psicossocial Jovem Cidadão (Caps), Frederico Almeida, que percebe o aumento de usuários adolescentes.

Hoje em dia, das mil pessoas cadastradas no Caps, 26% correspondem à faixa etária que vai de 10 a 19 anos de idade. Outro dado que comprova o uso de droga cada vez mais cedo vem da Polícia Federal. Segundo o chefe de Operação de entorpecentes da Polícia Federal, Deusimar Guedes, cerca de 2% da população de 12 a 30 anos já consumiu algum tipo de droga ilícita como a maconha.

O jovem Paulo José (nome fictício), de 22 anos, que é dependente químico, está inserido nesta estatística. Ele conta que entrou no mundo das drogas com 15 anos. "A primeira vez que experimentei maconha estava com mais três amigos. Depois fui querendo mais e mais. Passei também a consumir crack e hoje estou me tratando", afirma ele, que é atendido pelo Caps.

Paulo José confessa que já chegou a roubar, mas hoje vive da arte. "Procuro ocupar meu tempo com várias atividades, porque assim a pessoa vai passando o tempo e não pensa no passado. Comecei a fazer arte como forma de terapia e agora vivo da venda dos meus trabalhos", disse.

A triste realidade que tornou Paulo José, aos 15 anos de idade, prisioneiro das drogas, vem incentivando as autoridades públicas a promoverem eventos que combatam a proliferação de entorpecentes entre as crianças e adolescentes.

O exemplo foi o Curso de Formação de Agente de Prevenção, do programa Educando para Vida, da Associação Nacional de Prevenção ao Uso e Abuso de Drogas (Anpuad) que terminou na última sexta-feira, dia 15, em João Pessoa. Durante a capacitação foram treinados cerca de 200 professores da Capital e de Bayeux. A meta é levar informações sobre as drogas a crianças da rede municipal de ensino da 4ª a 7ª séries.

"Esperamos atingir, com este projeto, cerca de 30 mil alunos. Eles vão receber informações preventivas no combate às drogas. O nosso objetivo não é lançar mais uma campanha de combate às drogas e sim um programa permanente. Os alunos nas escolas vão ter acesso a informações sobre entorpecentes através do método cognitivista, no qual a criança vai chegar à conclusão de que a droga, não faz bem para a saúde".